Em ocasião do Dia Nacional do Diabetes, comemorado em 26/06, especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz esclarece o que é a doença, seus efeitos, novidades em tratamentos e como manter a qualidade de vida São Paulo, 25 de junho de 2013 – O Diabetes é uma doença metabólica caracterizada pelo aumento anormal do açúcar (glicose) no sangue. Sua causa é a diminuição total ou parcial da produção de insulina e/ou de sua ação. A insulina é produzida pelo pâncreas e serve para facilitar a absorção dos alimentos para o interior das células, onde são transformados em energia.
O histórico familiar e o excesso de peso são fatores importantes para o desenvolvimento da doença, que pode ser classificada em três diferentes tipos. O tipo 1 começa na infância ou na adolescência e necessita de insulina para o seu tratamento. O tipo 2, em geral, é apresentado após os 40 anos, e é o tipo mais comum da doença (90% dos casos). Já o Diabetes gestacional surge durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto.
Ainda não existe uma prevenção eficaz para o tipo1, porém o tipo 2 pode ser prevenido com a prática regular de exercícios físicos e a manutenção do peso corpóreo na faixa normal. As gestantes podem prevenir o Diabetes gestacional com acompanhamento pré-natal adequado, mantendo a prática de atividades físicas junto à uma dieta equilibrada, e mantendo o peso ideal para o período de gestação.
O cuidado com o Diabetes merece atenção. Seus portadores são mais propensos a desenvolverem AVC (acidente vascular cerebral), consequência da maior ocorrência de hipertensão arterial e de arterosclerose. A falta de tratamento da doença pode ocasionar outros sérios problemas de saúde, como o infarto do miocárdio, insuficiência renal, problemas na visão, amputação de membros inferiores e lesões de difícil cicatrização.
Dentre as complicações, há o risco de se desenvolver o chamado “pé diabético”, que corresponde a uma série de alterações anatômicas e neurológicas nos pés dos pacientes. Devido à glicemia elevada, ocorrem o aparecimento de problemas circulatórios (isquemia) e a neuropatia diabética, que resulta na perda da sensibilidade nos pés. “A pessoa acometida pode lesionar o pé e não perceber. Pode aparecer uma infecção na ferida, que, junto uma menor circulação sanguínea no local, pode provocar um retardo na cura da lesão. O tratamento do pé diabético inclui a mobilização para proteger a úlcera, além de restabelecer, se possível, a perfusão sanguínea e tratar a infecção”, explica Dr. Roberto Betti, Coordenador do Centro de Diabetes e Doenças Metabólicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Com a evolução de pesquisas, o tratamento do Diabetes se beneficia com novidades como as terapias baseadas no GLP-1 (glucagon like peptide). Dentre elas, destacam-se os inibidores da enzima DPP-4 (vildagliptina, sitagliptina, linagliptina e saxaglipitina). “Essas drogas já estão disponíveis no mercado há algum tempo. Elas aumentam a secreção de insulina e diminuem a secreção de glucagon, um hormônio que aumenta a glicose durante as refeições. Têm a vantagem de causar pouca hipoglicemia e de não levar ao ganho de peso”, afirma Dr. Betti.
“Também é importante lembrar que os portadores de Diabetes podem, sim, ter qualidade de vida”, finaliza o médico. Para isso, as dicas incluem controle glicêmico adequado, prática supervisionada de exercícios físicos e esportes, manutenção do peso ideal com dieta balanceada e abolição do fumo.
Sobre o Centro de Diabetes e Doenças Metabólicas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
O Centro oferece serviços especializados de diagnóstico, atenção clínica, orientação e controle. A equipe interdisciplinar está preparada para esclarecer a importância e a forma correta de controlar o diabetes e outras doenças metabólicas, como distúrbios do metabolismo das gorduras, colesterol, triglicérides e obesidade. Atua como suporte especializado para todas as áreas clínicas e cirúrgicas, oferecendo serviços ambulatoriais e hospitalares.