Com abordagem individualizada, tratamentos unem novas drogas e equipe multiprofissional.
Baseada em medicamentos desenvolvidos para agir sobre alterações genéticas específicas, a Terapia Alvo-Molecular tem se consolidado como um tratamento que representa um grande avanço em relação à quimioterapia nos últimos cinco anos.
De acordo com o oncologista clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Jacques Tabacof, a partir de testes moleculares realizados no tumor, é possível conhecer em detalhe as alterações bioquímicas, o que permite o uso de drogas com atuação voltada para a mutação identificada.
“É uma mudança de paradigma. Enquanto antes se recomendava a mesma quimioterapia para um mesmo tipo de câncer, hoje a tendência é uma abordagem individualizada. O resultado disso pode ser visto nos casos em que há mutação genética, pois o uso desses medicamentos dobra a duração da resposta, ou seja, o tempo em que o tumor continua bem controlado”, explica.
Melhora dos efeitos colaterais
Um exemplo prático das vantagens da terapia é o câncer de pulmão, caso em que a duração da resposta com o uso dos comprimidos é de 12 meses. Com a quimioterapia, era de seis meses.
“A tendência é que, nos próximos anos, esses comprimidos tenham um papel cada vez mais importante nos tratamentos oncológicos. Embora não desapareçam, os efeitos colaterais são diferentes dos gerados pela quimioterapia. Raramente causam queda de cabelo ou enjoo, mas ainda podem provocar alterações de pele ou diarreia”, acrescenta o oncologista.
Além disso, a Radioterapia, outra parte fundamental no tratamento do câncer – entre 50 e 60% dos pacientes oncológicos serão submetidos a ela em algum momento –, também apresenta, atualmente, resultados positivos na redução dos efeitos colaterais.
“Com a tecnologia IMRT (Intensidade Modulada da Radioterapia), foi possível atingir melhor localização e maior precisão no tratamento. Os efeitos colaterais dependem da área que está sendo tratada, mas todos podem ser minimizados com o uso de modernas tecnologias. O IMRT é o que existe de mais moderno em tratamento radioterápico”, explica Dr. Rodrigo Hanriot, radioterapeuta do Serviço de Radioterapia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Acolhida multiprofissional
Além da abordagem individualizada no diagnóstico e tratamento, o paciente com câncer deve receber ainda apoio multiprofissional para garantir que esteja amparo de diferentes formas.
“Não basta oferecer apenas o tratamento químico. Sabemos que uma equipe multiprofissional traz acolhimento específico para o paciente oncológico. Além de médicos e enfermeiros especializados, trabalhamos com nutricionista, psicólogo, estomatologista e fisioterapeuta. Comprovamos que, com isso, o paciente se sente apoiado e percebe que a equipe se comunica para garantir que o plano de tratamento seja bem executado”, finaliza Dr. Jacques Tabacof.