17 de setembro é o Dia Internacional da Segurança do Paciente, data implementada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem o objetivo de mobilizar pacientes, profissionais de saúde, pesquisadores e o setor da saúde para defender a segurança do paciente.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Instituição com 122 anos de história e reacreditada pela quarta vez em 2018 pela Joint Commission International (JCI), segue 20 indicadores estratégicos, divididos em três frentes: eficiência operacional, gerenciamento de riscos e processos e desfechos com excelentes resultados assistenciais.
Um dos diferenciais do Hospital é promover o engajamento de pacientes e familiares na melhoria dos processos, até por isso foi criado o Programa Consultivo de Pacientes e Familiares, programa que faz um mapeamento minucioso da jornada e da experiência de todos os usuários. Com isso, por meio dos apontamentos oriundos desta jornada, foi possível implementar diversas melhorias na assistência do Hospital, que refletem em mais conforto e segurança para todos os pacientes.
Com esta premissa, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz coletou depoimentos de alguns colaboradores da Instituição para que pudessem contar a experiência de cada um deles com estas iniciativas de segurança do paciente e como isso ajudou ou modificou a atuação de cada um deles:
Renata Sapata: coordenadora da Fisioterapia, há 13 anos na Instituição. Representa o capítulo Melhoria da Qualidade e Segurança do paciente da principal agência mundial de acreditação em saúde, a Joint Commission International (JCI), e também faz parte do Núcleo de Segurança do Paciente da Unidade Referenciada Oswaldo Cruz Vergueiro. Coordena uma equipe de 10 profissionais.
“Tanto na fisioterapia, como na Instituição, a cultura de segurança do paciente está presente na nossa rotina. O trabalho diário com as equipes e as campanhas de conscientização que a Instituição promove, tem o objetivo de empoderar os colaboradores quanto a sua importância dentro do processo que garante a segurança do paciente. Aqui o colaborador pode notificar qualquer evento que identificou como fragilidade ou falha no processo que poderia ter exposto o paciente ao risco. Essa ferramenta nos auxilia a melhorar os processos, identificar as falhas e criar novas barreiras de segurança.
Também temos um programa de melhoria aplicada, por meio do qual conseguimos enxergar a importância de respeitar e manter todas as fases dos protocolos, para garantir que o paciente seja tratado de forma segura e que os processos assistenciais estejam sempre em constante evolução”.
Amilton da Silva Junior: coordenador médico da UTI. Há 21 anos na Instituição e há 2 anos integrante do Núcleo de Segurança do Paciente.
“Quando a gente aprende a melhorar o cuidado, amplia o olhar para o processo como um todo, aumentando também a segurança do paciente. Dessa maneira, evitamos os riscos indesejados e os eventos adversos, e praticamos uma medicina que vai além do tratamento da doença. Nosso objetivo é fazer com que a experiência do paciente seja a melhor possível.
No momento estamos trabalhando na implantação de um sistema multidisciplinar que promove apoio à decisão clínica, fornecendo sinais que vão permitir que o médico e a equipe atuem rapidamente evitando os casos de sepse. São iniciativas como essa que enfatizam a importância da segurança do paciente”.
Karen Cristina da Conceição Silva: enfermeira e coordenadora de Projeto Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil, desde 2018. O objetivo do projeto é atuar na redução das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), em 120 instituições de saúde vinculadas ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em colaboração com os outros 4 hospitais considerados de excelência pelo Ministério da Saúde.
“A segurança do paciente é um caminho sem volta. Quando a gente começa a trabalhar com segurança do paciente, automaticamente começa a repensar a forma de atuar no dia a dia. A gente abre uma nova dimensão em relação a quanto os processos podem melhorar em termos de conforto, qualidade de vida ou mesmo cura.
Isso modificou a minha atuação como profissional de saúde, porque me mostrou possibilidades para tornar a assistência mais segura. Tenho visto na prática o quanto os processos podem ganhar maior efetividade, mais qualidade, mesmo com pouco investimento, usando às vezes apenas o conhecimento e a criatividade dos profissionais. Segurança do paciente é um tema que não sai de moda. É constante e contínuo”.
Michael Medeiros Coelho: enfermeiro e coordenador de Projetos, trabalha no Hospital Alemão Oswaldo Cruz desde 2015. É responsável pelo projeto Reestruturação de Hospitais Públicos (RHP), que cuida da implantação de processos de qualidade e segurança em 27 hospitais de grande porte no Norte e Nordeste, com o apoio de uma equipe multidisciplinar de 14 profissionais.
“Qualidade e segurança hoje em dia é a base de qualquer processo dentro das instituições do Sistema Único de Saúde (SUS). A cultura de segurança que era mais comum às instituições privadas, é hoje essencial em projetos como o nosso, que conseguem melhorar a assistência de forma indireta e fazer com que os profissionais possam praticar uma assistência mais segura, por meio da melhoria da gestão e das boas práticas em saúde.
Segurança do paciente é hoje o principal direcionador das boas práticas hospitalares em qualquer instituição do mundo”.
Deborah Rebouças: coordenadora de Nutrição do Complexo Hospitalar dos Estivadores, trabalha no hospital desde dezembro de 2016. É responsável pelo gerenciamento de nutrição clínica (pacientes) e pela produção das refeições de todo o hospital (pacientes, acompanhantes e colaboradores).
“A segurança do paciente é um item de extrema importância em uma unidade hospitalar. Aqui no Complexo Hospitalar dos Estivadores nós trabalhamos com as seis metas internacionais, na Nutrição destacamos as metas 1, 2 e 5. A Meta 1 (Identificação do Paciente) foi estabelecida entre as copeiras, nutricionistas clínicas e lactaristas, no momento da entrega das refeições, dietas, fórmulas infantis e atendimento nutricional aos pacientes. Foram estabelecidas rotinas voltadas para a segurança no momento da manipulação de alimentos, especificamente no lactário, que envolve o monitoramento de temperatura, a guarda de amostras, laudos microbiológicos e o rastreamento dos produtos utilizados. A Meta 2 (Comunicação), com a adoção de uma ferramenta (read back) utilizada para a liberação de dietas, onde devemos repetir o nome completo da(o) paciente, data de nascimento, leito e tipo de dieta, no momento que é passado para nós as informações. Isso permite uma dupla checagem, que proporciona mais segurança ao paciente. E a Meta 5 (Higienização as Mãos), pois temos um timer na cozinha, que de tempos em tempos ele desperta, para que todos parem o que estão fazendo e vão higienizar as mãos.
Todas estas ações nos permitem, diariamente, aprimorar nossos processos na Nutrição, para que todos os pacientes tenham a melhor experiência possível em nossa instituição. Elas permitem, por exemplo, que a gente não tenha, desde a inauguração do hospital, nenhum episódio de intoxicação alimentar”.