Cirurgia simples evita acidente vascular cerebral em pacientes com arritmia cardíaca

São Paulo, 04 de junho de 2021 – Um estudo global multicêntrico e randomizado, publicado no The New England Journal of Medicine, liderado pela Universidade McMaster e sob coordenação no Brasil do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, indica que um procedimento cirúrgico simples pode reduzir em mais de um terço o risco de acidente vascular cerebral, conhecido popularmente como derrame, em pacientes com fibrilação arterial, um dos tipos mais comuns de arritmia cardíaca. A intervenção se trata da oclusão (ou vedação) do apêndice atrial esquerdo – um tecido que pode reter sangue na câmara do coração e aumentar o risco de coágulos.

A pesquisa, também apresentada na conferência do American College of Cardiology no dia 15 de maio, é a maior sobre o tema, com acompanhamento de 4.811 pacientes com indicação de cirurgia cardíaca, como ponte de safena ou troca de válvula, e que tomam anticoagulantes, por quatro anos, em 27 países. 2.379 participantes passaram pelo procedimento de oclusão do apêndice e 2.391 pertenciam ao grupo de não oclusão, com idade média de 71 anos.

A pesquisa detectou que AVCs ou embolia sistêmica ocorrem três vezes mais em pacientes que não tiveram a intervenção cirúrgica. Quatro hospitais brasileiros participaram deste importante estudo. Um total de 92,1% dos avaliados passou pelo procedimento e, aos três anos, 76,8% continuaram com a anticoagulação oral.

“Isso trará um impacto positivo em milhares de pessoas em todo o mundo. Se o paciente tem fibrilação atrial e está se submetendo a uma cirurgia cardíaca, o cirurgião deve remover o apêndice atrial esquerdo, por ser uma configuração para a formação de coágulos.

O estudo mostra que isso é seguro e eficaz para a prevenção de Acidente Vascular Cerebral”, diz o Prof. Dr. Álvaro Avezum, um dos coordenadores do estudo e diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

A fibrilação atrial é comum especialmente em idosos e é responsável por cerca de 25% dos AVCs. Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas esse tipo mais frequente de arritmia cardíaca atinge aproximadamente 175 milhões de pessoas no mundo, a maioria acima dos 70 anos.

No Brasil, a estimativa é que mais de 2 milhões de brasileiros tenham a doença, que atinge os átrios, cavidades superiores do coração, e faz com que eles se contraiam sem compasso e tenha seus batimentos acelerados, passando a ter um ritmo irregular. Além disso, uma diminuição do fluxo de sangue pode acontecer na parte esquerda do átrio, levando à formação de coágulos de sangue, que pode cair na corrente sanguínea e bloquear as artérias que irrigam partes do cérebro, causando o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

“Os resultados devem mudar a prática clínica de imediato, pois trata-se de um procedimento simples e rápido, com acréscimo de 10 minutos no tempo cirúrgico, e seguro para pacientes submetidos à cirurgia cardíaca que têm fibrilação atrial”, explica Avezum.

Desde a década de 40, especialistas suspeitavam que coágulos poderiam se formar no apêndice esquerdo de pacientes com fibrilação atrial, e que faria sentido “remover” essa estrutura em pacientes que já eram submetidos a outras cirurgias cardíacas.

Além de provar a suspeita, o estudo caminha para outras pesquisas futuras para avaliar o procedimento de oclusão do apêndice por métodos menos invasivos, independentemente de outra indicação cirurgia.

“Anteriormente, tínhamos medicamentos para esta condição. Agora, podemos tratar a fibrilação atrial com medicamentos e cirurgia para garantir um melhor resultado para o paciente, quando este for submetido à cirurgia cardíaca por outra indicação. Este é um procedimento de baixo custo, sem quaisquer efeitos adversos de longo prazo”, afirma o diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com 123 anos de atuação, é referência em serviços de alta complexidade e ênfase em Oncologia e Aparelho Digestivo. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde -, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 4,5 mil médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos seis hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.

Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/

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Comunicação Corporativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Data: 04/06/2021 Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz

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