Assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo pode levar ao infarto

Segundo publicação do “New England Journal of Medicine”, o excesso de animação ao assistir aos jogos da Seleção durante o torneio pode triplicar chances de parada do coração, especialistas, entretanto, não ligam isso a chance maior de morte

São Paulo, 8 de novembro de 2022 – Em época de Copa do Mundo, muita gente interrompe o que está fazendo para poder assistir aos jogos da seleção brasileira. O fato é que, as partidas são cheias de emoções extremas, e sabendo que há três vezes mais chances de se ter um ataque cardíaco durante o evento, segundo pesquisa publicada em 2008 pelo periódico médico americano “New England Journal of Medicine”, é prudente dar atenção especial à saúde do coração em dias de jogos do mundial de futebol.

Em 2006, ano em que a Alemanha foi campeã em sua casa, um grupo de pesquisadores da revista americana, estabeleceu que iria comparar o número de emergências cardíacas em hospitais da cidade de Munique durante os jogos, com os dados que se tinha antes do torneio. O resultado obtido foi que, de fato, a incidência de casos de emergências cardíacas nos hospitais era quase três vezes maior, sendo os diagnósticos mais comuns o infarto do miocárdio, angina instável, hipertensão arterial e arritmias cardíacas.

Para o Dr. Helio Castello, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as pesquisas mostram que é preciso estar atento aos sinais. “Felizmente, nenhum dos estudos feitos aqui e fora do Brasil mostrou aumento de mortes causadas por problemas cardiovasculares durante os jogos, mas, a ansiedade, a adrenalina, e o nervosismo de alguns torcedores mais empolgados podem sim aumentar a chance de infarto, especialmente, naqueles que já tem algum histórico de doença cardíaca ou que se encaixam nos grupos de risco, como hipertensos, pessoas com diabetes, obesidade, idosos e torcedores sedentários”, afirma.

O médico afirma ser raro que alguém saudável e com os seus exames de rotina em dia possa morrer por conta disso, a não ser que tenha alguma pré-disposição ou histórico familiar, aí, sim, há a chance de infarto. “São pessoas que têm o problema, mas não tem sintoma, ou tem sintoma, mas não se dão conta dele, são hipertensos que não tomam os remédios prescritos corretamente, ou seja, pacientes com problemas preexistentes. Nesses casos, a adrenalina do jogo pode funcionar como um gatilho descompensando uma doença que já existia e que estava estável” esclarece o cardiologista.

O especialista explica ainda que o infarto se deve provavelmente pelo aumento súbito da carga de estresse, que causa maior liberação de substâncias que desencadeiam aumento nos níveis de pressão arterial, da frequência cardíaca, além de provocar maior esforço do coração e consumo de oxigeno. Desta maneira, pacientes que previamente apresentam obstruções coronárias, predisposição para arritmias ou hipertensão arterial, teriam disparado o gatilho que causa uma emergência cardiovascular.

Para aqueles com problemas cardiovasculares, o cardiologista adverte que um dia de jogo não é pretexto para deixar de ter hábitos saudáveis. “Claro que a torcida é grande para a seleção ganhar, mas o resultado, no final, não vai mudar a vida de ninguém. A Copa do Mundo é tempo de confraternizar, se divertir, mas é importante não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas, na ingestão de alimentos gordurosos e principalmente para aqueles com problemas de saúde que tomam medicação regular, que não abandonem o tratamento nos dias que Brasil entrar em campo”, conclui o médico.

Data: 08/11/2022 Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz

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