O hábito de fumar está cada vez menos comum na população brasileira. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde de 2019, 9,3% dos brasileiros afirmaram ser fumantes em 2018 contra 15,6% em 2006. Nos últimos 13 anos, a quantidade de fumantes no país caiu 40%.
Os dados são positivos e a queda do consumo de tabaco no Brasil continua sendo tendência. Porém, em tempos de pandemia do novo coronavírus, o cigarro é um fator que gera preocupação. Os fumantes têm maiores riscos de complicações se infectados com a Covid-19, como maior chance de mortalidade, maior taxa de internação em UTI e, consequentemente, maior risco de intubação.
Apesar da queda no consumo de tabaco por parte dos adultos, há uma outra questão que necessita de atenção. O consumo de cigarros eletrônicos pelos jovens vem crescendo nos últimos anos, e é grande fator de risco para o novo coronavírus. Segundo um estudo recente da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, jovens que usam aparelhos eletrônicos para fumar, como os vaporizadores, têm até sete vezes mais risco de pegar Covid-19. O estudo aponta que a vaporização compromete o sistema respiratório e a imunidade. Dentre os pesquisados, aqueles que fumaram nos últimos 30 dias apresentaram tosse, febre, cansaço e dificuldade para respirar.
O cigarro é o principal fator de risco para câncer de pulmão e implica no aumento da incidência de outros tipos de neoplasia, como tumores de bexiga, pâncreas, cabeça e pescoço e esôfago. “O tabagismo é fator de risco para inúmeras doenças e complica ações cardiovasculares. É muito importante que o tabagista pare de fumar o quanto antes. A longo prazo, uma pessoa que abandona o tabaco vai diminuindo as chances de contrair essas doenças e, entre 20 e 30 anos, o risco do câncer de pulmão é próximo ao de uma pessoa que nunca fumou”, explica o Dr. Carlos Teixeira, oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O QUE O CIGARRO FAZ COM O CORPO
Com o autoexame regular da pele, você pode descobrir rapidamente a presença de possíveis lesões. Confira as características mais comuns das pintas suspeitas:
1.
Antes mesmo de desenvolver doenças graves decorrentes do cigarro, o fumante perde o fôlego, fica com os dentes amarelados e adquire mau hálito.
2.
Em um tragada, o ser humano inala
aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas.
3.
A nicotina vai do pulmão ao cérebro em 0,7 segundo – mais rápido que a cocaína.
4.
No cérebro, a nicotina conecta-se
aos neurorreceptores e provoca sensações como euforia e aumento no poder de concentração.
5.
Enquanto isso, no pulmão, o monóxido de carbono, o alcatrão e outras substâncias inaladas com a fumaça do cigarro destroem os epitélios (tecidos pulmonares) e os alvéolos.
6.
Ao mesmo tempo, outras partes do corpo, como fígado, laringe, boca e estômago, também sofrem os efeitos do fumo.
Em muitos casos, apenas a força de vontade do paciente em parar de fumar não é suficiente. “A Instituição dispõe de especialistas dedicados para auxiliar as pessoas a largarem o vício do cigarro. Um paciente que está sem fumar há cinco anos já terá grande impacto positivo na função cardiorrespiratória e condicionamento físico”, explica o especialista.
Em tempos de pandemia, muitas pessoas deixam de procurar ajuda médica por receio de contrair o coronavírus. Dessa forma, é importante ressaltar que o Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está preparado e equipado com todos os recursos necessários para o tratamento desses pacientes com segurança. “Quanto mais tempo um paciente levar para procurar tratamento e cessar o consumo do tabaco, maiores são as chances de desenvolvimento de doenças. Em cerca de seis meses de acompanhamento médico, o paciente já pode apresentar grande evolução”, diz o médico.
Nos mínimos sinais de sintomas, como tosse seca com sangue, falta de ar e emagrecimento repentino, a instrução é que o paciente procure ajuda médica imediatamente. Dessa forma, é importante ressaltar que os médicos do Centro de Oncologia do Hospital e dos serviços de pneumologia adotam rotineiramente as recomendações mundiais para rastreamento e detecção precoce de câncer de pulmão em pessoas fumantes ou ex-fumantes, aproveitando a seleção individualizada dos pacientes para estes programas e a melhor tecnologia disponível para os exames radiológicos.