Estima-se que 46% das pessoas com diabetes nem sequer imaginam que convivem com a doença, que só cresce em todo o mundo. Sem tratamento, pode causar danos irreversíveis. Descoberta no início e com acompanhamento adequado, pode ser controlada. Entenda como está o cenário do diabetes hoje no brasil e lá fora e as novas perspectivas da medicina em tratamento e prevenção
É comum, em encontros de família, ouvir comentários sobre a saúde dos mais próximos. É o primo diagnosticado recentemente com diabetes ou a cunhada que acordou com “a vista embaçada”, foi ao médico e descobriu que a glicemia estava alta. Situações que, cada vez mais recorrentes, preocupam os profissionais da saúde. “O crescimento da incidência do diabetes e da obesidade configura uma epidemia de grandes proporções”, alerta o Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, em 2030, 438,7 milhões de pessoas terão a doença. Nos dias atuais, 422 milhões convivem com o diabetes – destes, 14 milhões são brasileiros.
É o equivalente a 6,9% da população brasileira, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. O dado é do Censo de 2013, o que significa que esse número hoje é ainda maior. “Tais informações ganham dimensão ainda mais alarmante se considerarmos que quase 50% desses indivíduos não sabem que têm a doença”, diz a Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Hospital. “Significa que apenas metade dos pacientes foi diagnosticada e pode ser tratada. Nos outros, o problema avança silencioso.” Fora de controle, a doença é a principal causa de cegueira, derrame cerebral, infarto do miocárdio, amputações de membros, insuficiência renal e transplante renal no mundo. No Brasil, o número de mortes associado às suas complicações cresceu 12% entre 2010 e 2016. No período, foram 406 mil mortes relacionadas à doença, segundo o Ministério da Saúde.
ENTENDENDO O DIABETES
Na prática, falta informação. Pouca gente sabe que o diabetes evolui lentamente até instaurar um caos metabólico no corpo. Aliás, a questão é anterior – pouca gente sabe com precisão o que é a doença. “O diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva caracterizada pelo excesso de glicose no sangue”, explica o Dr. Cohen, responsável por vários estudos científicos que modificaram o manejo de pacientes com obesidade e diabetes no Brasil.
Basicamente, existem dois tipos de diabetes. O tipo 1, de origem autoimune, em que o corpo é incapaz de fabricar insulina. Isso obriga à reposição do hormônio. Cerca de 10% dos diabéticos estão nesse grupo.
Já o diabetes tipo 2 está, em geral, associado ao estilo de vida, principalmente à obesidade, e é o mais comum, acometendo cerca de 90% dos pacientes com a doença. “O diabetes tipo 2 está associado ao aumento da gordura visceral ou abdominal. Essa gordura produz substâncias inflamatórias que levam a um aumento da resistência à ação da insulina nas células”, pontua o Dr. Cohen. A insulina é fundamental para a glicose circulante no sangue entrar nas células, onde será transformada em energia. “Por causa da resistência à insulina, o organismo precisa fabricar uma quantidade cada vez maior desse hormônio, gerando um processo lento de morte das células que o produzem no pâncreas”, explica o médico.
Expansão rápida
- Em 1980, 108 MILHÕES de pessoas no mundo tinham diabetes
- Em 2014, estimavam-se 422 MILHÕES de pessoas com a doença
- Em 2030, a estimativa é de que o número de diabéticos tenha aumentado em mais de 50%
Fonte: OMS
A epidemia no Brasil
- Em 2006, a doença acometia 5,5% da população total. Em 2016, segundo estimativas, passou a fazer parte da vida de 8,9% dos brasileiros.
- Entre 2006 e 2017, o número de homens diagnosticados com a doença cresceu 54%. No mesmo período, o diabetes cresceu 28,5% entre as mulheres. No entanto, há mais mulheres com a doença do que homens.
Fonte: Vigitel/MS
NOVAS DESCOBERTAS
Nos últimos anos, a revolução digital que está transformando o mundo contribuiu também para melhorar o acompanhamento do diabetes. Um dos avanços mais interessantes para facilitar a vida do paciente é o sensor subcutâneo para monitoramento da glicemia, lançado há cerca de dois anos. ”É um sensor que fica colado no braço por cerca de 15 dias seguidos, diminuindo a necessidade de picar as pontas dos dedos”, descreve a Dra. Tarissa. Pesquisas recentes mostram que o dispositivo colabora para a estabilização da glicemia em níveis adequados e ajuda a prevenir as oscilações de glicemia (como a hipo e a hiperglicemia), diminuindo o risco de complicações. Estão em desenvolvimento, ainda, lentes de contato para medir a glicemia continuamente e sensores subcutâneos com duração prevista de 12 meses.
Mais uma novidade foi o lançamento de uma bomba de infusão de insulina para pessoas com diabetes tipo 1, conectada a um sensor que mede a glicose no subcutâneo e envia o resultado diretamente para o dispositivo. A bomba monitora a evolução da glicose para calcular a infusão de insulina no intervalo entre as refeições e suspende a infusão de insulina ao detectar risco de hipoglicemia.
Os aplicativos para smartphones também têm sido um grande aliado na luta contra a doença: passa de mil o número de apps disponíveis para diabéticos. Boa parte se destina ao gerenciamento do diabetes e à adesão dos pacientes às intervenções propostas pelo médico. Muitos outros trazem dietas, receitas, programas de exercícios e educação sobre a doença. “A tecnologia digital pode colaborar muito para o controle do diabetes se o paciente fizer o acompanhamento com um especialista”, esclarece a endocrinologista.
A última década tem sido rica em avanços também no setor farmacológico. Foram desenvolvidas novas drogas, como um grupo de substâncias que imitam o hormônio GLP-1, produzido naturalmente pelo intestino delgado quando a comida passa por ele. Ministrados por meio de injeções subcutâneas, os remédios dessa categoria, como a liraglutida e a dulaglutida, desencadeiam uma série de efeitos no organismo que ajudam a controlar o diabetes e a enfrentar a obesidade – estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, tornam mais lento o esvaziamento do estômago e aumentam a sensação de saciedade. Uma nova versão desses medicamentos, com duração semanal (a semaglutida), deve ser lançada no Brasil em breve. E aguarda-se, para um futuro próximo, a liberação do primeiro medicamento desse grupo por via oral.
Outra classe de remédios que tem colaborado com o controle glicêmico, segundo os médicos, é a dos inibidores da enzima SGLT2. As substâncias desse grupo, na forma de comprimidos, têm nomes como empagliflozina e canagliflozina. Seu principal efeito é aumentar a excreção da glicose na urina, o que melhora o controle do diabetes e favorece a perda de peso, mesmo que modesta. “Ambas as classes de drogas demonstraram diminuição da mortalidade secundária a eventos cardiovasculares”, atesta o Dr. Cohen.
“O trabalho conjunto de especialistas de diferentes áreas eleva muito as chances de sucesso do paciente no manejo da doença”
Dr. Ricardo Cohen,
coordenador do Centro Especializado em Obesidade
e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
A VÁRIAS MÃOS
Estratégias de controle que combinam medicamentos orais e injetáveis, mudanças no estilo de vida e a importância do cuidado multidisciplinar foram os temas mais frequentes durante o 78º Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), o maior encontro mundial sobre o tema, realizado no final de junho em Orlando, nos Estados Unidos. Na prática, a abordagem multidisciplinar é uma aliada fundamental na batalha contra o diabetes e também contra a obesidade. “O trabalho conjunto de endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, nutricionistas, enfermeiras, psicólogos, psiquiatras e cirurgiões eleva muito as chances de sucesso do paciente no manejo da doença”, enfatiza o Dr. Cohen. Também se fala em ampliar as categorias do diabetes para aprimorar o diagnóstico e em personalizar a prescrição. “Hoje, sabemos que a doença se apresenta de modo particular em cada um e a resposta aos medicamentos varia bastante entre pacientes com o mesmo tipo de diabetes”, observa a nutricionista Thaís Sarian, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Tão importante quanto a atenção multidisciplinar é a adesão do paciente ao tratamento. “Não existe milagre. As pessoas têm que mudar os hábitos. Cada um deve buscar entender por que sabota a dieta, quais são seus erros, o impacto que isso tem no controle glicêmico”, orienta a nutricionista Tarcila Ferraz de Campos, também do Hospital, alertando sobre a importância de manter o autocuidado. Afinal, não adianta se medicar corretamente, se exercitar e sair da dieta. O mesmo vale para quem pratica atividades físicas e cuida da alimentação, mas esquece de tomar os remédios. O esforço se perde.
O empresário Rogério Raso, 65 anos, de São Paulo, está entre os pacientes que conseguiram ajustar a rotina para enfrentar a doença, revelada há 15 anos durante um check-up anual. Ele modificou a alimentação, aderiu a um plano semanal de atividade física e ao uso correto de medicamentos. “Hoje, minha saúde é muito melhor. Baixei a glicemia e voltei às corridas de rua incentivado pelos especialistas”, relata o empresário, que sabe que não pode relaxar a vigilância. “A cada seis meses, vou à endocrinologista e à cardiologista, faço exames, tomo todos os remédios. Também sigo um rígido controle alimentar, com o apoio da família.”
Coma certo
A nutricionista Thaís Sarian, do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, listou dicas importantes para controlar a dieta e prevenir o diabetes. Anote:
- Dieta com muita restrição de carboidrato não funciona a longo prazo. É mais adequado aprender quais são os melhores alimentos para manter a glicemia nos eixos. Para orientações individualizadas, procure sempre um nutricionista.
- Atenção na hora de comprar alimentos diet ou light. O iogurte light, por exemplo, tem menos gordura, porém algumas marcas podem conter bastante açúcar. Isso confunde o consumidor que precisa controlar a ingestão de calorias e carboidratos. Na dúvida, sempre confira o rótulo.
- Embutidos como o peito de peru têm muitos aditivos químicos e sal. Isso faz diferença no equilíbrio alimentar a longo prazo. Troque por frango desfiado ou atum em lata.
- Alimentos processados com alta durabilidade fora da geladeira têm muitos conservantes e podem conter bastante açúcar. Evite bolos prontos, sucos de caixinha e biscoitos.
- Pães integrais ou tapiocas recheadas com uma proteína, por exemplo, tornam mais lenta a elevação da glicemia. Equilibre o consumo de carboidrato com o de proteína.
OUTROS CAMINHOS CONTRA O DIABETES
Quando as medidas clínicas não produzem o efeito necessário, entram em cena as soluções cirúrgicas. Foi o que aconteceu com o analista de sistemas Antônio Carlos de Oliveira Silva, 52 anos, de São Paulo. “Minha batalha começou dois anos antes de ser operado, em 2013, quando tive uma paralisia facial e os médicos disseram que havia 90% de chance de o problema estar associado ao diabetes”, conta ele, que, já tomando insulina e outros remédios, não conseguia fazer os ponteiros da balança saírem dos 118 quilos. Um dia, ouviu no rádio sobre a cirurgia do diabetes e resolveu marcar consulta com um especialista.
Em 2015, por indicação médica, Antônio Carlos foi submetido a uma cirurgia metabólica, realizada pelo método conhecido por bypass gástrico ou gastroplastia em Y de Roux. Como o objetivo central dessa intervenção é controlar o diabetes, pode ser feita em pessoas com índice de massa corpórea (IMC)* a partir de 30, desde que o paciente não responda ao tratamento clínico e tenha diabetes tipo 2 não controlado. A operação consiste em desviar a primeira porção do intestino delgado e diminuir parcialmente o estômago. Esse procedimento não tem objetivos de restrição mecânica para a ingestão de alimentos, sua intenção é desencadear mudanças metabólicas, como a liberação de hormônios que, por sua vez, aumentam a liberação de insulina, aumentar a saciedade e ativar mecanismos que “avisam” o fígado para produzir menos glicose. Outros efeitos benéficos são a melhora da composição da flora intestinal e da circulação da bile (fluido fabricado no fígado que atua na emulsificação das gorduras). Tudo isso promove um cenário metabólico favorável ao manejo do diabetes. A perda de peso é também importante, mas considerada um efeito secundário da cirurgia metabólica. “Minha vida mudou completamente. Eliminei 35 quilos, tenho energia, não tomo mais remédios e já corri três meias maratonas”, conta Antônio Carlos, que hoje dá atenção redobrada à alimentação e aos exercícios. “Para manter os resultados e não recuperar o peso, não se pode baixar a guarda”, ensina.
Com técnicas operatórias semelhantes à da cirurgia metabólica, a bariátrica é direcionada à perda de peso e controle das doenças associadas, como hérnia de disco, refluxo gastroesofágico, apneia do sono, entre mais de 20 patologias. Podem fazer a bariátrica pessoas com IMC acima de 35 e que já tenham uma dessas doenças ou com IMC acima de 40, ambos os casos com falha de tratamento clínico. Os principais ganhos são a perda de peso, a melhora da qualidade e da expectativa de vida. Foi o caso de Nilzete Francisca Barreto Santana, 45 anos. Com 1,54 cm de altura, ela pesava 93 quilos e, apesar de tentativas anteriores, não conseguia diminuir o peso e já apresentava doenças como pré-diabetes, esteatose hepática e refluxo gastroesofágico. A ajuda veio pelas mãos do marido, o analista de telefonia Reginaldo, que marcou consulta com a nutricionista do time que o atendia para controlar o colesterol, que estava acima de 230 mg/dl. “Após recomendação médica, optei pela cirurgia e não me arrependo”, conta, um ano mais tarde. “Me sinto menos ansiosa no dia a dia e não tenho mais a fome de antes. A autoestima melhorou e pude realizar um sonho antigo, que era treinar corrida ao lado do meu marido e participar de uma maratona.”
“Para manter os resultados e não recuperar o peso, não se pode baixar a guarda”
ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA SILVA
O analista de sistemas foi submetido à cirurgia metabólica; perdeu 35 quilos, adotou um estilo de vida mais saudável e ativo e parou de tomar medicamentos
Diagnóstico correto
Detectar a doença e seu estágio é simples – e fundamental para chegar ao tratamento adequado O diabetes pode ser diagnosticado por meio de exames de sangue que avaliam a concentração de glicose no sangue. Um deles é a glicemia de jejum.
O outro é a hemoglobina glicada. Conheça os valores de referência:
LIVRE DE DIABETES
Quando a glicemia de jejum estiver abaixo de 100 mg/dL ou a hemoglobina glicada for menor do que 5,7%, os resultados são considerados normais. A avaliação pode ser repetida a cada um ou dois anos. PRÉ-DIABETES Quando a glicemia de jejum estiver entre 100 e 125 mg/dL, o paciente já é considerado prédiabético. Os valores da hemoglobina glicada ficam entre 5,7% e 6,4%. É uma fase assintomática em que os valores estão acima do normal e abaixo do corte de diagnóstico do diabetes propriamente dito. Hoje, o pré-diabetes já é considerado uma doença, com prescrição de dieta, exercícios físicos e medicamentos. Estudos populacionais mostram que 5% a 10% dos indivíduos pré-diabéticos se convertem em diabéticos a cada ano. O risco de diabetes para quem tem pré-diabetes é cinco vezes maior do que para as pessoas que possuem glicemia de jejum normal.
DIABETES
O indivíduo pode ser considerado diabético quando o resultado do exame de sangue colhido pela manhã, em jejum, apontar níveis de glicemia iguais ou maiores do que 126 mg/dL. Nesse caso, o diagnóstico precisa ser confirmado pela repetição do teste em outro dia.
Também são consideradas diabéticas as pessoas com glicemia igual ou superior a 200 mg/dL em qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições.
O teste de hemoglobina glicada revela os níveis médios de glicose no sangue durante os dois ou três meses anteriores, que é o tempo de vida dos glóbulos vermelhos (a hemoglobina). O diabetes é diagnosticado quando a hemoglobina glicada atinge a porcentagem de 6,5%.
ANTES QUE TUDO ACONTEÇA
Além do foco no diagnóstico precoce e, consequentemente, no controle da doença, outra preocupação dos especialistas no caso de diabetes tipo 2 é a prevenção. “O ideal é impedir que a doença se instale”, diz a nutricionista Thaís. Nesse sentido, além de tentar estabelecer um estilo de vida saudável, a recomendação é que todas as pessoas com mais de 40 anos e aquelas que estão acima do peso, têm hipertensão ou histórico familiar de diabetes façam exames de sangue para medir a glicemia regularmente. Graças ao aumento do número de pessoas que têm feito exames para avaliar a glicemia, os pesquisadores notaram um contingente muito grande de pessoas em situação de pré-diabetes, fase já caracterizada como uma doença, mas ainda reversível (saiba mais no quadro ao lado).
Logo no início, quando o organismo começa a desenhar as variações que resultarão no diabetes, ainda dá para superar a ameaça. “Nessa fase, é possível controlar adequadamente o quadro com dieta, medicamentos e pelo menos 150 minutos de exercícios semanais. Reduzir 5% a 10% do peso já tem efetividade na prevenção do diabetes”, ensina a nutricionista Tarcila. Depois que se manifesta, o diabetes tem apenas controle e pode haver remissão completa, mas ainda não há cura. “Quando a gente é mais jovem, não leva o risco muito a sério. Precisamos repensar o modo como cuidamos da saúde e investir conscientemente na prevenção”, diz o analista de sistemas Antônio Carlos de Oliveira Silva. Fica a dica!
“Optei pela cirurgia e não me arrependo. Meus filhos acham que estou menos ansiosa e minha autoestima aumentou”
NILZETE FRANCISCA BARRETO SANTANA
Incentivada pelo marido, Reginaldo (ao lado dela na foto), realizou a cirurgia bariátrica
Previna-se
- Quem apresenta taxas de hemoglobina glicada compatíveis com pré-diabetes ou diabetes deve investir em uma dieta balanceada, com poucos carboidratos, exercícios três vezes por semana e medicação, caso orientado pelo especialista
- A redução entre 5% e 10% do peso total pode ter grande impacto nas taxas de glicemia
- Fazer 150 minutos de exercícios por semana é eficiente na prevenção do diabetes