O Ministério da Saúde iniciou na segunda-feira (7/4) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe voltado para grupos prioritários. De acordo com o cronograma do governo, têm direito à vacinação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pessoas com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a seis anos, gestantes, puérperas, indivíduos com doenças crônicas e profissionais da saúde. Quem não faz parte do grupo público-alvo pode se imunizar em clínicas particulares.
A vacinação contra a gripe é uma das formas mais eficazes de prevenir a doença, que pode evoluir para quadros graves, especialmente entre a população idosa. Para se vacinar bastar procurar Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, de segunda a sexta, das 7h às 19h. A orientação é que as pessoas levem um documento de identificação e, se possível, a carteira de vacinação.
Segundo o Dr. Filipe Piastrelli, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a gripe é uma infecção respiratória transmissível que costuma provocar sintomas como coriza, febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse e mal-estar. Em geral, os casos leves duram de três a cinco dias, mas não é possível prever como cada pessoa irá evoluir.
“É um erro subestimar a gripe como uma simples indisposição. O vírus Influenza pode desencadear um processo inflamatório sistêmico no organismo. Em grupos mais vulneráveis, como os idosos ou pessoas com doenças crônicas, isso pode levar a complicações sérias, como pneumonia viral, e favorecer eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, devido à resposta inflamatória e às alterações na coagulação sanguínea“, explica o infectologista.
De acordo com o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) em 2024 as hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causadas pela gripe em pessoas com 60 anos ou mais subiram 189%, com crescimento de 157% nas mortes e taxa de letalidade de 21,7%. Em média, um em cada cinco idosos internados por gripe não resistiu.
O especialista explica que a vacina contra a gripe é composta por vírus inativo, ou seja, não tem capacidade de causar a doença. “O que pode acontecer é a pessoa se vacinar e nesse intervalo ser exposta a outro vírus respiratório que esteja em circulação. Mas a gripe não é causada pela vacina“, esclarece.
Os efeitos adversos da vacina são leves e passageiros, como dor no local da aplicação, febre baixa, dor de cabeça e no corpo, e afetam cerca de 1% das pessoas vacinadas. As contraindicações são raras e incluem reações alérgicas graves a doses anteriores ou ao ovo.
Apesar da segurança e eficácia da vacina, a adesão entre adultos ainda é afetada pela desinformação. “Sites como o do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) oferecem as informações mais precisas. Além disso, profissionais de saúde bem-informados têm maior probabilidade de recomendar vacinas da forma correta e combater a desinformação entre seus pacientes“, conclui o Dr. Filipe Piastrell