Prevalência
A hidrocefalia em idosos representa 40% dos casos e é frequentemente confundida com o Mal de Parkinson, Alzheimer e outras condições neurológicas. Nos idosos, a ocorrência da doença é estimada em 22 por 100.000 habitantes, totalizando cerca de 50.000 casos no país.
Apesar de representar cerca de 5% das causas de demência, esse tipo de hidrocefalia é uma das poucas condições reversíveis dessa síndrome, destacando a importância de conhecer a doença para possibilitar a recuperação dos pacientes afetados.
O que é?
Hidrocefalia, termo de origem grega que significa “água na cabeça”, refere-se à condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano, também conhecido como liquor, nos ventrículos cerebrais. Esse acúmulo aumenta a pressão no crânio.
O liquor é produzido constantemente pelo cérebro, com funções importantes, como proteger o cérebro e a medula, eliminar resíduos e fornecer hormônios. A doença pode surgir em algumas situações:
- Quando o liquor é produzido em excesso.
- Se ele não consegue seguir o caminho normal até ser absorvido, porque algo está bloqueando sua passagem.
- Em situações em que a reabsorção do liquor é prejudicada.
Quando o acúmulo anormal acontece, ele dilata os ventrículos do cérebro, e comprime o órgão contra o crânio, o que pode causar diversos sintomas.
Tipos de hidrocefalia
A hidrocefalia pode ser congênita, que surge desde o nascimento, devido a problemas genéticos ou infecções durante a gravidez, ou adquirida, quando acontece depois do nascimento devido a traumas, infecções ou tumores. Além disso, ela é classificada em três principais tipos:
- Hidrocefalia obstrutiva (não comunicativa): Ocorre quando algo bloqueia o fluxo do liquor no cérebro e na medula.
- Hidrocefalia comunicativa (não obstrutiva): O liquor circula normalmente, mas não é reabsorvido como deveria ou é produzido em excesso. Sangramentos no cérebro são uma causa comum.
- Hidrocefalia de pressão normal (HPNI): O liquor se acumula nos ventrículos, que aumentam de tamanho e comprimem o cérebro, mas sem alterar a pressão intracraniana. É mais comum em pessoas acima de 50 anos, e pode ser desencadeada por eventos como traumatismos cranianos, infecções ou AVC.
Fatores de risco
A causa da hidrocefalia nem sempre é conhecida e pode estar relacionada a problemas no desenvolvimento ou outras condições de saúde. Alguns fatores podem predispor à hidrocefalia, entre eles:
- Tumores no cérebro ou na medula espinhal.
- Infecções, como meningite bacteriana ou caxumba.
- Sangramentos no cérebro por AVC ou trauma craniano.
- Lesões na cabeça que podem danificar estruturas cerebrais.
Prevenção
Embora nem todos os casos de hidrocefalia possam ser prevenidos, algumas medidas podem reduzir seu risco:
- Cuidados pré-natais adequados: Acompanhamento médico durante a gestação para identificar e tratar precocemente possíveis complicações.
- Prevenção de infecções: Vacinação e tratamento adequado de infecções que afetem o sistema nervoso central.
- Uso de equipamentos de proteção: Utilização de capacetes e cintos de segurança para prevenir lesões na cabeça.
Sintomas
Os sintomas da hidrocefalia variam conforme a idade e a gravidade da condição. Quando acontece em adultos e idosos, os sintomas mais comuns incluem: dor de cabeça, problemas de memória e concentração, desequilíbrio, dificuldade para andar, necessidade frequente de urinar e perda de controle da bexiga.
Diagnóstico
Seus sintomas como problemas de memória e dificuldade para andar podem ser confundidos com distúrbios neurológicos relacionados à idade, como Alzheimer ou Parkinson.
Para diagnosticar a hidrocefalia, o(a) neurocirurgião(ã) realiza uma avaliação detalhada que inclui o histórico médico do paciente e sintomas apresentados. O(a) médico(a) especialista também solicita exames de imagem, essenciais para visualizar a dilatação dos ventrículos cerebrais e identificar as possíveis causas. Entre os exames encontram-se:
- Tomografia Computadorizada (TC).
- Ressonância Magnética (RM).
Tratamento
A hidrocefalia é uma condição médica séria que requer diagnóstico e tratamento adequados. Existem dois tratamentos principais para a hidrocefalia, ambos cirúrgicos:
- Derivação (Shunt):
- Um tubo flexível com uma válvula é colocado para drenar o excesso de líquido do cérebro.
- O tubo é conectado a outra parte do corpo, como o abdômen, onde o líquido é absorvido.
- O sistema de derivação geralmente é necessário por toda a vida e requer acompanhamento regular.
- Ventriculostomia endoscópica:
- Uma pequena câmera é usada para visualizar o cérebro, e o cirurgião faz um buraco no ventrículo para permitir que o liquor flua.
Perguntas Frequentes
É o acúmulo excessivo de liquor no cérebro, aumentando a pressão no crânio.
Pode ser causada por excesso de produção de liquor, bloqueio no fluxo ou problemas na reabsorção. Fatores como infecções, sangramentos, traumas e malformações também contribuem.
- Obstrutiva: Bloqueio no fluxo do liquor.
- Comunicativa: Problemas na reabsorção ou produção excessiva.
- Pressão normal: Afeta principalmente idosos, sem aumento significativo da pressão intracraniana.
Afeta bebês, crianças, adultos e idosos. No Brasil, 60% dos casos são em recém-nascidos e 40% em idosos.
Os sintomas mais comuns são dores de cabeça, problemas de memória e concentração, desequilíbrio, dificuldade para andar, necessidade frequente de urinar e perda de controle da bexiga.
Por meio de exames como ultrassom (pré-natal), tomografia ou ressonância magnética, além da avaliação de sintomas.
Inclui cirurgias como colocação de derivação (shunt) ou ventriculostomia endoscópica, além de terapias de reabilitação e suporte educacional.
Não, mas é controlada com tratamentos como shunts, que precisam de acompanhamento ao longo da vida
Cuidados pré-natais, vacinação contra infecções como meningite e proteção contra traumas cranianos.
A hidrocefalia em idosos representa 40% dos casos e é frequentemente confundida com o Mal de Parkinson, Alzheimer e outras condições neurológicas. Nos idosos, a ocorrência da doença é estimada em 22 por 100.000 habitantes, totalizando cerca de 50.000 casos no país.