O que é?
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer do sistema linfático que surge quando os linfócitos ou os seus precursores se transformam em uma célula maligna, chamada de célula de Reed-Sternberg. A presença da célula de Reed-Sternberg desencadeia uma reação inflamatória e passa a ser rodeada de diferentes tipos de células da imunidade. Esse aglomerado de células doentes e células normais do sistema imune é que forma a massa tumoral. Um dos primeiros sinais é o aumento dos linfonodos, também conhecidos como gânglios ou ínguas. A doença pode ocorrer em qualquer idade, porém geralmente acomete adultos jovens ou pessoas com mais de 50 anos.
Sintomas
- Aumento indolor de linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha;
- Tosse, falta de ar e dor no peito, quando a doença atinge o tórax;
- Desconforto e distensão abdominal, quando a doença atinge o abdome;
- Febre;
- Cansaço;
- Suor noturno;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Coceira no corpo.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da biópsia de algum linfonodo aumentado, que consiste na retirada de uma pequena parte ou de todo o linfonodo, que posteriormente é enviado para exame patológico. A avaliação da biópsia é feita por médico patologista especializado, capaz de confirmar o diagnóstico e definir o subtipo de linfoma.
Atualmente, o linfoma de Hodgkin é classificado em dois subgrupos de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS): linfoma de Hodgkin clássico, que se subdivide em quatro subtipos (esclerose nodular, celularidade mista, depleção linfocitária e rico em linfócitos), e linfoma de Hodgkin predomínio linfocitário nodular.
Exames de sangue e de imagem complementam a avaliação. Geralmente é solicitado um exame chamado PET SCAN, uma tomografia que avalia o corpo todo e sinaliza áreas de intenso metabolismo celular, compatíveis com acometimento pela doença. Esse exame permite o estadiamento do linfoma e é utilizado para controle após o tratamento. O médico também pode solicitar um exame da medula óssea para avaliar se há infiltração do linfoma.
Tratamento
O linfoma de Hodgkin, na maioria das vezes, é uma doença curável quando tratado adequadamente. O estadiamento da doença, que permite classificar os pacientes como portadores de doença localizada ou doença avançada, direciona o tratamento. Ele geralmente consiste em quimioterapia com múltiplas drogas, associada ou não à radioterapia e imunoterapia. A imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir de forma efetiva as células cancerígenas.
Para os pacientes que sofrem recaídas, ou seja, retorno da doença, ou que não respondem ao tratamento inicial, as alternativas vão depender da forma inicial de tratamento. Dentre as opções empregadas usualmente, temos a poliquimioterapia seguida de transplante de medula óssea, o uso de anticorpo monoclonal anti-CD30 (brentuximabe vedotin) ou inibidores de checkpoint (nivolumab ou pembrolizumab).
Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento, com consultas periódicas, cujos intervalos podem ir aumentando progressivamente.