O que é?
O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de plasmócitos. Eles são responsáveis pela produção de anticorpos que combatem as infecções. No mieloma, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue. Por isso, os pacientes podem ter anemia e ficam sujeitos a infecções. Os plasmócitos doentes também produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina. As células doentes também podem afetar os ossos, causando dores e fraturas espontâneas.
Sintomas
O mieloma múltiplo pode ser assintomático, caracterizado apenas por alterações nos exames de sangue. Quando sintomático, a apresentação clínica pode ser muito variada. Os seguintes sinais e sintomas podem estar presentes:
- Relacionados à anemia, como cansaço, fraqueza, falta de ar, tontura;
- Insuficiência renal, com inchaço nas pernas;
- Aumento dos níveis de cálcio no sangue, podendo provocar constipação, perda de apetite, fraqueza, sonolência e confusão;
- Lesões ósseas, causando dores e fraturas espontâneas;
- Febre e infecções de repetição;
- Relacionados à hiperviscosidade (quando o sangue fica espesso pelo excesso de proteínas produzidas pelas células doentes), como alterações neurológicas, alterações visuais, sangramentos.
Diagnóstico
Exames específicos de sangue e de urina são usados tanto para diagnóstico, como para estadiamento e acompanhamento do tratamento. Eles avaliam principalmente níveis de hemoglobina, cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. O exame da medula óssea (biópsia de medula/ mielograma) é imprescindível para o diagnóstico, devendo ser realizado em conjunto com avaliação genética, que revela importante informação sobre o prognóstico da doença. Como o mieloma múltiplo pode causar tumores nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles, uma biópsia desses tumores também pode ser necessária. Exames de imagem também são fundamentais para o acompanhamento desses pacientes.
Tratamento
De forma geral, o mieloma múltiplo é tratado com quimioterápicos, com novos medicamentos não quimioterápicos e, em alguns casos específicos, com radioterapia. O transplante de medula óssea é destinado para pessoas com até 75 anos, em bom estado clínico e que tenham apresentado boa resposta ao tratamento. Ele aprofunda a intensidade da resposta e ajuda a aumentar o tempo sem a doença.
As opções medicamentosas mais recentes têm demonstrado, cada vez mais, maior eficácia e menor toxicidade. Destacam-se os inibidores de proteassoma, agentes imunomoduladores e os anticorpos monoclonais.
Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a doença, mas permitem que o paciente tenha saúde e qualidade de vida por longos períodos. Além disso, há várias pesquisas em andamento em busca de tratamentos mais eficazes e específicos para o mieloma múltiplo, incluindo a terapia celular com agentes biespecíficos e CAR-T cell.