Dezembro Laranja – Mês de conscientização do câncer de pele
Estima-se que um entre cada quatro casos de câncer diagnosticados se origine na pele, e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país
São Paulo, 04 de dezembro de 2023 – Com mais de 176 mil novos casos por ano, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil. Estima-se que um entre cada quatro casos de câncer diagnosticados se origine na pele. Em 2020, as estimativas de incidência do câncer de pele dos tipos carcinoma basocelular (mais comum e menos agressivo) ou espinocelular (mais agressivo e com células que crescem rápido) foi de 176.930 casos, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. Já para o tipo melanoma (que é o câncer de pele potencialmente grave pela capacidade de metástase) a estimativa, neste mesmo período, foi de 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres, o que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Estima-se que no Brasil, entre 2023 e 2025, o número de casos novos de câncer de pele tipo carcinoma seja de 220.490. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta a ocorrência mundial de 2 a 3 milhões de casos deste câncer de pele por ano e a American Cancer Society estima que a incidência chegue a 5,4 milhões somente nos EUA. A boa notícia é que as chances de cura para neoplasia ultrapassam os 90%, quando descoberta e tratada em fase inicial.
Prevenção e os perigos da exposição ao sol
A exposição solar excessiva, especialmente entre as pessoas de pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, além dos riscos do câncer de pele, causa o envelhecimento precoce da pele, o que facilita o aparecimento de rugas, pintas e até do melasma (manchas na pele de tom mais escurecido). “É necessário que a população adquira e mantenha hábitos de proteção, como o uso frequente do protetor solar, aliado as barreiras físicas (protegem exatamente as partes em que o protetor solar não pode ser usado, como os olhos e o topo da cabeça, por exemplo). Importante nestes casos utilizar óculos de sol, camisetas e chapéus, além de buscar a sombra sempre que possível. É preciso se proteger da exposição solar diariamente, mesmo quando o clima está nublado, e evitar se expor ao sol entre 10h e 16h. As pessoas de pele negra também precisam se cuidar, mesmo que a incidência de câncer de pele nessa parcela da população seja menor. Isso porque há outros fatores de risco incluem indivíduos esse grupo, com histórico familiar, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial”, orienta o Prof. Dr. José Antonio Sanches, coordenador da Dermatologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Equipe multidisciplinar e tecnologia à serviço do paciente
De acordo com o dermatologista, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz conta com equipe multidisciplinar formada por dermatologistas, cirurgiões e oncologistas. Na consulta será avaliado o histórico familiar e pessoal do paciente, com o objetivo de verificar a presença de fatores de risco, além de examinar toda a pele a procura de lesões suspeitas.“Realizamos exame físico, que consiste na observação das características clínicas das lesões como formato, cor, tamanho e textura. Durante a avaliação, dispomos de uma tecnologia, que tem o objetivo de auxiliar no acompanhamento da pele, o Fotofinder. Com esse equipamento é possível fazer o mapeamento digital de toda superfície do corpo, que permite visualizar cada lesão, com a dermatoscopia das pintas (método não invasivo que permite a avaliação das lesões de pele) para pacientes de alto risco para melanoma”, esclarece o especialista.
Sinais de alerta, diagnóstico e tratamento
O sinal de alerta, para o câncer de pele, segundo o Dr. Sanches, é o surgimento de manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas.“Esses sintomas podem ser indicativos do câncer, que ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, orienta.
A maior parte dos cânceres de pele são tratados por meio da remoção cirúrgica da lesão. Isso pode ser alterado de acordo com a localização do tumor, o estágio da doença e as condições físicas do paciente.“As alternativas utilizadas à cirurgia ou concomitante a ela, principalmente nos casos avançados, incluem terapia local, radioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. Em relação ao melanoma, o tratamento varia principalmente conforme o estágio da enfermidade. Nos estágios iniciais (0 e 1) é realizada a extração cirúrgica do tumor com margem de segurança, sendo isso normalmente suficiente para curá-lo. Nos demais estágios (2 a 4), é necessário saber a profundidade do tumor, o comprometimento dos linfonodos e de outros órgãos. A partir disso é feita uma programação de tratamento que pode compreender além da cirurgia, radioterapia e imunoterapia”, explica a Dra. Larissa Martins Machado, oncologista clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
ABCDE das pintas
Para identificar uma pinta suspeita, o Prof. Dr. José Antônio Sanches recomenda o uso da regra denominada ABCDE, que consiste na observação de cinco aspectos diferentes
- A – Assimetria: pintas que não são simétricas
- B – Bordas: quando as bordas apresentam irregularidades em seu formato
- C – Cor: variação da tonalidade das pintas e mudança de tonalidade de uma pinta já existente
- D – Diâmetro: pintas com diâmetro maior que 5mm
- E – Evolução: pintas que se modificam em qualquer aspecto como cor ou tamanho.