Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicam sobre como novos medicamentos que controlam os efeitos colaterais ajudam no tratamento da doença
São Paulo, 4 de abril de 2019 – O Dia Mundial de Combate ao Câncer – 8 de abril – foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para chamar a atenção da população sobre a importância em discutir a segunda doença que mais mata no mundo. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), neste ano, devem ser diagnosticados 600 mil novos casos da doença no Brasil. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o câncer foi responsável por 9,6 milhões de mortes no mundo em 2018.
Apesar dos dados alarmantes, o paciente oncológico conta com um crescente arsenal de opções terapêuticas para o tratamento da doença. Nos últimos anos, a oncologia tem tido muitos avanços em relação as drogas para tratar os tumores. Além disso, existem também medicações que auxiliam no combate aos efeitos colaterais. São as chamadas terapias de suporte.
Segundo a coordenadora clínica do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Renata D’Alpino, a oncologia está cada vez mais caminhando para o tratamento individualizado e com foco no bem-estar do paciente. “As recomendações para o tratamento passaram a ter como base também os seus efeitos colaterais e a qualidade de vida do paciente, seu estilo de vida, entre outros aspectos. Pensando neste contexto, surgiram medicamentos que controlam ou reduzem enjoos e minimizam as dores. São fatores que se ignorados podem comprometer a eficácia do tratamento”, explica a oncologista.
As medicações que controlam os enjoos costumam ser dadas combinadas e por via intravenosa, o que adiciona um acréscimo de quase uma hora nas sessões de quimioterapia. Mesmo assim, essa conduta não garante 100% do controle das náuseas. Hoje, os oncologistas têm disponíveis medicamentos orais, que além de serem muito eficazes, ainda reduzem tempo do paciente na sessão de quimioterapia e no ambiente hospitalar. A incorporação de medicamentos orais para o combate às náuseas antes de cada sessão de quimioterapia passou a fazer parte da conduta no tratamento no Centro Especializado em Oncologia Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O do Hospital realiza a classificação de risco de náuseas para os diversos tipos de quimioterapia e adapta as necessidades de medicações de suporte para cada sessão. De acordo com Dra. Renata D’Alpino, essa conduta é extremamente importante para a eficácia do tratamento. “Os efeitos colaterais podem levar os pacientes a internações, perda de apetite e consequentemente de peso. Em alguns casos, é necessário interromper o combate à doença para tratar os efeitos colaterais. Além disso, as reações adversas estigmatizam o tratamento oncológico, causando medo no paciente e em seus familiares”.
Outra condição preocupante em pacientes com câncer é a desnutrição, que pode ser causada por aspectos da ação da doença no organismo, assim como pelos efeitos de medicamentos.
Segundo a nutróloga do Centro Especializado em Oncologia, Dra. Nayara Oliveira, diversos estudos abordam a importância do tratamento nutrológico durante o combate ao câncer. “Nutrólogos e nutricionistas trabalham para a manutenção e a recuperação do estado nutricional do paciente oncológico, trazendo a melhora da qualidade de vida do paciente, controle de sintomas, na diminuição de risco de infecções, ajudando o paciente a passar pelo tratamento”, explica a médica
Preferir alimentos secos, respeitar as aversões e preferências alimentares, evitar alimentos gordurosos, não ingerir líquidos nas refeições, preparar alimentos com gengibre e cítricos, chupar gelo ou picolé de frutas, são algumas dicas que que ajudam a combater as náuseas.
Contudo, no caso de mucosite, feridas que podem aparecer na boca por conta do tratamento, as recomendações são as de evitar alimentos ácidos, muito quentes e muitos condimentados. Em alguns casos de desnutrição, pode ser necessária a indicação de suplementação.
Cuidado Multidisciplinar
O Hospital conta ainda com o CATSMI – Centro Avançado em Terapia de Suporte e Medicina Integrativa, no qual o paciente é acompanhado por uma equipe multidisciplinar, que auxilia no planejamento do melhor tratamento e oferece acesso a médicos paliativistas, que atuam no controle da dor, acompanhamento com psicólogo e ainda oferece terapias corporais, como acupuntura, aromaterapia, auriculoterapia e meditação.
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Fundado por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase nas especialidades de oncologia e doenças digestivas, a Instituição completará 122 anos em setembro de 2019. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 3.900 médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz – https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/
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