O que falta para você começar a praticar exercícios?
Perder peso, reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, controlar o estresse, melhorar a saúde mental, criar relacionamento, viver mais e melhor. Com tantos benefícios por que será que mais da metade dos brasileiros ainda não realiza atividades físicas?
Uma pesquisa feita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), em 2023, revelou que 52% dos brasileiros raramente ou nunca praticam atividades físicas. Em contrapartida, os números de pessoas com transtornos mentais no Brasil não param de crescer.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo, 9,3% da população. Outro levantamento, feito pela Vittude, (plataforma online voltada para a saúde mental e trabalho), aponta que 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado máximo de depressão.
“Partindo do pressuposto que doenças como transtorno de ansiedade generalizada e transtorno depressivo afetam diretamente a disposição das pessoas, assim como, influenciam em diversas áreas de suas vidas interferindo na realização de tarefas cotidianas e manutenção de um estilo de vida saudável. É possível constatar que pessoas que convivem com adoecimentos psíquicos, apresentam maior dificuldade de manter uma rotina ativa e saudável.”, explica Magda Nascimento, Psicóloga Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Segunda a especialista é possível associar a não realização de atividades físicas com a incidência de doenças mentais. O dado de 52% de brasileiros que não praticam esportes regularmente é muito próximo dos 59% de pessoas em estado máximo de depressão no país.
Na depressão, diversos sintomas interferem na disposição dos pacientes, existe o desinteresse, a queda significativa da energia e da motivação, fadiga, falta ou excesso de sono. Situações e sentimentos que dificultam enfrentar as tarefas diárias, desde o trabalho até o autocuidado.
Na ansiedade a característica principal é a preocupação constante, esses pensamentos excessivos consomem uma quantidade significativa de energia mental, deixando a pessoa exausta e sem disposição para outras atividades.
“A prática de exercícios físicos pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento de problemas relacionados a saúde mental. A atividade física regular pode trazer benefícios como redução do estresse, aumento da autoestima, melhora da qualidade do sono, aumento de energia, favorece a socialização, entre outros benefícios. Incorporar esta prática a sua vida, pode complementar outros tratamentos e medidas terapêuticas, como a psicoterapia e meditação”, comenta Magda Nascimento.
Algumas atividades físicas podem aumentar a produção de substâncias que regulam a sensação de bem-estar e o humor, como serotonina e endorfina, no entanto, é preciso buscar por atividades que gerem satisfação. Uma vez escolhido algo por prazer e identificação, e não por obrigatoriedade, a probabilidade de manter a constância e introduzir na rotina, aumenta consideravelmente.
“Qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma, e quanto mais, melhor. Adultos devem começar realizando pequenas quantidades de atividade física e aumentar gradualmente a frequência, intensidade e a duração ao longo do tempo,” – Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário.
Chegou a hora de começar!
E quanto às demais pessoas?
Existem diversas barreiras até o caminho de incorporar as atividades físicas nas rotinas. O estilo de vida sedentário é um dos maiores obstáculos, especialmente com a utilização excessiva de dispositivos eletrônicos. Atualmente, nem a “corridinha” até o mercado se faz necessária com os aplicativos de entrega.
Outro fator determinante na escolha de realizar ou não uma atividade é a “falta”. A falta de espaços adequados, a falta de recursos financeiros e a falta de tempo. Além de problemas de saúde preexistentes e limitações físicas que também podem dificultar a prática regular de atividade física.
“Em adultos, maiores quantidades de comportamento sedentário estão associadas aos seguintes desfechos negativos à saúde: mortalidade por todas as causas, por doenças cardiovasculares e câncer; incidência de doença cardiovascular, câncer e diabete tipo 2”, – Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário.
Muitos são os pontos negativos, porém, segundo a psicóloga, o caminho está em adotar abordagens que incentivem a integração da atividade física no cotidiano de forma acessível e agradável. “Devemos começar com pequenas mudanças, como optar por escadas em vez de elevadores, caminhadas curtas durante pausas no trabalho e a prática de exercícios em casa com o auxílio de vídeos online”, comenta.
A especialista também chama a atenção para a necessidade de políticas públicas que incentivem a criação de espaços seguros para a prática de atividades físicas e programas comunitários que desempenham um papel crucial no combate ao sedentarismo.
“Promover a conscientização sobre a importância da atividade física e criar condições favoráveis para sua prática são passos fundamentais para melhorar a saúde mental e o bem-estar geral da sociedade”, finaliza a psicóloga.
Depois da decisão de deixar o sedentarismo de lado, o próximo passo é buscar o auxílio profissional para que a prática esportiva seja definida respeitando os limites físicos de cada um e esteja adequada com os objetivos esperados, para que não se torne um problema físico, muito menos mental.
“A avaliação prévia é importante principalmente para identificar se há alguma doença que impossibilite a prática de atividades físicas. Também vai dar um entendimento de como está o condicionamento físico atual”, afirma o Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Conheça no centro de cardiologia:
CLIQUE AQUIO maior índice de lesões acontece quando a pessoa tenta realizar práticas que não está preparada para fazer, segundo o Dr. Gabriel Pecchia, ortopedista especialista em joelho e trauma esportivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O médico ressalta ainda que cada exercício está associado a um benefício e traz dicas de como devem ser realizados.
Futebol: é necessário o fortalecimento muscular, especialmente dos quadríceps, glúteos e panturrilhas, para proteger articulações frequentemente afetadas, como os joelhos.
Atletismo: o foco está na prevenção de lesões por sobrecarga, como tendinites e estresses cartilaginosos. É necessário dosar a quantidade de exercícios e usar materiais adequados.
Natação: é essencial aprender a nadar corretamente e treinar técnicas de respiração. Além de dosar a quantidade de exercícios e usar materiais adequados.
Ciclismo: começa pela escolha de uma bicicleta adequada ao corpo e ao terreno, juntamente com técnicas seguras de pedalada, para minimizar o risco de lesões joelhos.
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Identificar qual o objetivo que está levando à prática esportiva e mantê-lo sempre no radar é uma forma eficiente de seguir motivado a continuar fazendo exercícios. Buscando conhecimento do mundo empresarial, a criação de um planejamento estratégico pode ser a motivação necessária para o fim do sedentarismo.
O primeiro passo é a análise do cenário, entender qual a sua situação inicial, a saúde, o condicionamento, as limitações. Depois, é preciso definir qual o objetivo se quer alcançar, como, por exemplo, reduzir a taxa de colesterol. Seguimos com a definição de como iremos chegar à meta, com exercícios e reeducação alimentar. E, por fim, monitorar os resultados, de forma adequada e coerente, para que adaptações sejam feitas e conquistas sejam valorizadas.
“A atividade física é boa para o coração, o corpo e a mente. A atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, que causam quase três quartos das mortes em todo o mundo. A atividade física também pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral,” – Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário.