SAÚDE, CONSCIÊNCIA E MENTE SÃ
Estamos vivendo mais. No Brasil, a expectativa de vida é de 75,5 anos (IBGE, 2023). Para se ter ideia, em 1940, era de 41,1 anos. A longevidade, no entanto, nem sempre é acompanhada pela qualidade de vida: cerca de 70% dos idosos brasileiros vivem com alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão.
Claro, alimentação adequada, sono em dia, ações preventivas e rotina de exercícios físicos são elementos fundamentais para uma vida longa e com qualidade, mas não podemos negligenciar a saúde mental nesta conta. Nossas emoções têm um impacto fisiológico importante no nosso organismo. E isso não significa que devemos fugir a todo custo das emoções negativas – afinal, sentimentos como culpa, raiva, frustração e tristeza fazem parte da vida de todo mundo –, mas conhecê-las com coragem e profundidade nos dá as ferramentas necessárias para vivermos melhor, com mais saúde e com propósito.
Este material foi pensado para ajudar você a olhar com mais carinho para as suas emoções, acolhê-las e, assim, ter mais consciência sobre como suas diferentes vivências impactam sua saúde mental e buscar as ferramentas necessárias para viver bem. Aqui, o Dr. Alaor Carlos de Oliveira Neto, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, faz uma ressalva importante: cuidar da saúde mental não se trata apenas de buscar ajuda quando nos deparamos com um transtorno, como depressão ou ansiedade, mas zelar pela sua psique e pelas suas emoções, buscando ativamente o bem-estar.
A seguir, reunimos conceitos e exercícios que vão te ajudar a embarcar nesta jornada do autoconhecimento.
VEM COM A GENTE!
A EQUAÇÃO DA FELICIDADE
Existe uma noção equivocada de que a felicidade plena compreende, entre outras coisas, a ausência de problemas. No entanto, é praticamente impossível passar pela vida sem experimentar revezes. Inclusive, construir a vida que queremos ter dá trabalho.
Seja lá qual for o seu projeto de vida – ter seu negócio, progredir na carreira, viajar o mundo, ter filhos, conquistar sua casa própria –, o processo de conquistá-lo (e mantê-lo) trará diversos desafios. Mas dificuldade não é antônimo de felicidade. Pelo contrário: quando enfrentamos obstáculos relacionados àquilo que nos traz realização, a tendência é lidarmos com eles de forma mais leve.
Nesse sentido, vale visitarmos o conceito de proporcionalidade da vida, proposto pelo Dr. Alaor. Segundo o especialista, para uma vida mais feliz, é fundamental buscar o equilíbrio entre as diversas partes que compõem nosso cotidiano. Se você abre mão dos momentos de prazer e dos afetos para se dedicar totalmente ao trabalho, por exemplo, isso cobrará um preço cedo ou tarde. E, no final, todos queremos chegar na velhice com a sensação de termos vivido bem nossos anos, e não apenas passado pela vida.
Por isso, o Dr. Alaor reforça uma velha máxima: a importância de vivermos o presente. Você provavelmente já escutou isso antes, mas, dentro do contexto da longevidade, viver bem o presente é o que vai nos ajudar a chegar mais saudável lá na frente.
E você? Como anda a proporcionalidade da sua vida?
A proposta a seguir é tentar identificar o equilíbrio entre os diferentes setores da sua vida. A partir daí, faça o seguinte exercício: seu nível de satisfação com a proporcionalidade, como você gostaria que fosse essa divisão e o que você poderia fazer para chegar nela. Vamos lá?
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UM MERGULHO ESSENCIAL
Quando falamos em viver bem, a maneira como reagimos aos acontecimentos é, muitas vezes, mais importante do que os acontecimentos propriamente ditos. É inevitável passar por momentos difíceis e dolorosos, como perdas, rompimentos, doenças, brigas, entre outras vicissitudes que fazem parte da nossa condição humana.
Nesse sentido, o autoconhecimento é uma ferramenta muito valiosa para nos ajudar a identificar as nossas emoções mais intensas, seus gatilhos e formas de lidar com elas. Isso tudo exige treino e um olhar aguçado para nós mesmos – o que não é fácil. Mas é possível e vale a pena. À medida que experienciamos essas emoções com mais consciência, amadurecemos e criamos condições de lidar com elas com menos sofrimento e mais resiliência.
Para ajudar você nessa jornada tão importante, apresentamos o Mapa das emoções. Aqui, o exercício é escolher as emoções mais comuns, importantes e/ou incômodas para você e se aprofundar nelas.
Primeiro você deve selecionar as emoções mais relevantes para você. Escolha quantas quiser (pode até fazer o exercício com todas!). Lembre-se: as emoções são altamente complexas, se misturam (muitas vezes, a ansiedade se confunde com o tédio, por exemplo) e entram em conflito (podemos ter raiva de quem amamos ou invejar quem admiramos) e está tudo bem!
A seguir, é hora de identificar seus gatilhos: o que costuma causar tal emoção? Qual foi a última vez que você se sentiu assim e por quê? Aqui vale pensar em situações, pessoas, eventos específicos ou recorrentes. E se não souber dizer qual é o disparador, não tem problema. A ideia é explorar sem medo e se conhecer melhor, e não necessariamente encontrar todas as respostas.
Agora, arregace as mangas e mergulhe na emoção: o que ela causa em você? Tem alguma sensação física? Você a relaciona com outra época da sua vida? Traz outras emoções? Você tenta fugir dela? Ela é tolerável? Como você se sente tendo essa emoção?
Por fim, hora de trabalhar as estratégias de manejo: como você costuma lidar com essa emoção? Você está satisfeito(a) com a sua forma de reagir ou preferia fazer diferente? Como você gostaria de conseguir lidar com essa emoção? E como você acha que conseguiria chegar a esse resultado?
Vamos lá? E, mais uma vez, lembre-se: você não precisa ter todas as respostas. A ideia aqui é exercitar a imaginação, acolher seus sentimentos, mergulhar no autoconhecimento e tentar compreender melhor seus próprios processos, sem se julgar ou se sentir mal por não dominar suas emoções.
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Esperamos que você tenha gostado deste guia e que este conteúdo tenha ajudado você a identificar e entender melhor suas emoções, além de pensar em caminhos para viver com saúde, qualidade de vida e bem-estar por muitos anos.